sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O meu avesso é um caos

Vocês também têm essa impressão de que passaram a vida inteira sendo de um jeito e, de repente, o universo girou e esse jeito que a gente tinha virou do avesso?

Eu, por exemplo, sem me orgulhei de dizer que era uma pessoa que terminava tudo que começava porque eu ~~dava conta de tudo~~. Nossa, eu era pessoa frenética, quase paranoica. Fiscalizava cada aspecto da minha vida, todos estavam devidamente atualizados, organizados e absolutamente nada acumulava. E eu fazia tudo sozinha, juro por Deus, e olhe que eu nunca fui a pessoa com mais tempo livre do mundo. Só que um belo dia eu acordei e tudo estava diferente.


Hoje em dia, lendo o parágrafo acima e pensando em como eu costumava ser, eu sinto vergonha do ser humano lixo que eu me tornei. Não posso mais me dar ao luxo de abrir a boca e falar, de peito inflado, que continuo dando contar de acabar tudo que começo; se eu me atrever a dizer um negócio desses, com certeza vai ser num tom de deboche com a minha própria cara, seguido um ¯\_(ツ)_/¯. Porque, né? Não ando terminando nada que eu começo. Nada. Talvez nem esse texto chegue ao fim, já aviso logo.

Nesse exato momento, por exemplo, além de estar escrevendo esse texto, eu estou com mais três abas no Google Chrome abertas, cada uma tratando de um assunto completamente diferente (uma página de busca de passagens aéreas, um blog de uma amiga com um comentário escrito pela metade e uma pesquisa sobre taxa de iluminação pública) e nenhuma pode ser fechada pelo simples motivo de: ainda não acabei o que eu tinha pra fazer. Isso porque estou no trabalho, com um processo metade escrito no Word e outros tantos em uma pilha de papel que não consigo diminuir porque simplesmente começo e não termino.

Aí eu saio do trabalho, chego em casa e tem o meu quarto. Gente, o meu quarto. Viajo hoje e a mala está jogada na cama, metade arrumada, metade vazia, esperando eu decidir o que ainda falta guardar. Na mesa ao lado, dois livros lidos pela metade (e mais um que só li as duas primeiras páginas), um journal inacabado, uma agenda desatualizada e um diário de cinco anos (aquele "Uma pergunta por dia", da Intrínseca) que tá uns cinco dias com respostas atrasadas. Em algum momento, eu vou fechar a mala (provavelmente esquecerei algum item), vou entrar no carro e partir pra viajar - escutando uma playlist antiga no carro, porque há anos digo que vou atualizar o pen drive, mas lógico que eu nunca fiz isso.

Vou chegar em casa (sim, moro em duas casas, em duas cidades e viajo toda semana de uma pra outra), entrar no meu outro quarto zoneado (não arrumei semana passada, como disse que ia fazer) e me jogar na cama, onde vou postergar e o jantar - provavelmente vou querer cozinhar alguma massa, desistir no meio do caminho, mudar pra miojo e não lavar a louça no final. Antes de dormir, por fim, vou tentar assistir Netflix (pra quê continuar a ler algum dos livros que já comecei, afinal?), mas vou desistir quando perceber que não lembro nada de nenhuma série que comecei porque dei pause em episódios totalmente aleatórios - eu costumava fazer maratona das temporadas, mas do nada achei que seria interessante parar, sei lá, nos 13 minutos do 7º episódio da 3ª temporada de OITNB.

Depois de fazer essa breve explanação de como são basicamente todos os meus dias, eu volto pra esse texto e, pasmem, como que eu tinha imaginado que ia terminá-lo, mesmo? Então, é oficial: minha vida tá de cabeça pra baixo. Tenho certeza que vocês conseguiram sentir daí minha vibrações de pura angústia e olha que eu nem contei os detalhes sórdidos de como eu estou começando e falhando em organizar meu casamento (SIM, EU VOU CASAR e preciso falar sobre isso aqui, socorro), nem sobre as minhas tentativas ridículas de procurar um novo emprego ou começar a academia. É isso: virei um caos ambulante.

Não sei o que aconteceu nem como eu fiquei assim, mas mundo, querendo girar de novo já pode, porque definitivamente o avesso não é o meu lado certo.

Acabar esse post foi o ponto alto do meu dia, quiçá semana.

ps.: caso vocês não tenham percebido, voltei aqui sem fazer alarde, como se, depois de míseros quatro posts inaugurais, eu não tivesse passado quase um ano sem dar as caras. E vou continuar sem explicar meu sumiço, porque sou dessas e porque não tenho mais desculpas (a segunda opção principalmente). Ou talvez a explicação esteja em todos os parágrafos acima.

ps².: pra coroar a lista de coisas que começo a fazer e não dou conta, resolvi entrar na vibe erradíssima das minhas amigas e criar uma newsletter (pra quem não sabe o que diabos é isso, a Anna explica aqui melhor que qualquer um). Lá eu vou falar, basicamente, sobre qualquer coisa, só que provavelmente com uma pegada mais pessoal ainda. Então, caso você tenha realmente paciência pra me aturar, vem comigo e assina lá. Vai ser massa se de repente a gente começar a bater papo.

7 comentários:

  1. Oi, Dedê! <3
    Antes de tudo preciso dizer que tomei um susto quando vi que tinha atualização do seu blog e corri direto pra cá. ACHEI QUE IA FALAR DO NOIVADO, MAS OK, EU ESPERO. SAUIHSAIUHSA #aquelas

    Eu não fazia muito ideia do que estava passando na sua vida, mas toda vez que você aparecia no grupo dava pra ver que ela estava acontecendo de um jeito meio atropelado com muita coisa acontecendo. Umas coisas boas e outras ruins, como todo mundo. Mas sabe que eu acredito naquela história da gente se perder pra se encontrar? Acho que é o seu momento de agora. Sempre me perguntei HOW THE HELL você conseguia lidar com duas faculdades ao mesmo tempo, livros, A Gente, namorado, etc como se isso fosse fácil porque não é. Manter o controle de todas as situações é algo que me assusta porque nunca consegui e me cago de medo de expectativas, né, então acho que seu cérebro mesmo resolveu frear um pouco. Talvez pra te ensinar que nem sempre temos as rédeas da situação, mas que precisamos relaxar um pouco e ir resolvendo uma coisa de cada vez.

    Continue a nadar é o conselho que eu dou agora. Ainda no aguardo de você voltar a ser minha musa fitness inspiração #pressõesinternas

    Já assinei a news, quero ver os babaaaaaaados.

    <3 te amo!

    ResponderExcluir
  2. Miga, segura aqui na minha mão, pfvr. Também não sei quando é que o mundo girou e as coisas todas saíram do lugar, e apesar de eu estar (ou não mais) sofrendo de um caso menos severo da mesma doença que você, o que posso te dizer é: uma hora o mundo gira de novo e as coisas voltam mais ou menos pro lugar, ou pra um lugar diferente que também vai funcionar.

    Mais ou menos porque talvez você não seja mais aquela pessoa que um dia foi e nunca consiga ser de novo, e isso não é de todo ruim. Porque você sabe né, coisas acontecem e não só nossos sentimentos e e a forma como vemos o mundo e todas as outras coisas é que mudam, mas também quem somos e nossos hábitos. O que resta pra gente é a adaptação, porque essa é quem você é agora, não pra sempre, mas nesse momento.

    Quem sabe você precise dessa desorganização, de uma perspectiva diferente, sei lá. Você sabe que sempre tento encontrar o lado bom das coisas e acredito que cada situação tem algo pra nos ensinar. Aquele era seu normal antes, e o caos é seu normal agora, mas nada impede que algo entre a completa ordem e o caos absoluto seja seu novo normal amanhã. Não é fácil encontrar o equilíbrio das coisas, ainda mais quando a gente se sente tão no olho do furacão que não tem perspectiva nenhuma, mas sei que você consegue.

    Nessas horas o mais importante é respirar fundo e tentar resolver uma coisa de cada vez, e não pensar em todas as outras milhões de coisas por fazer, porque isso só vai te deixar ansiosa e te paralisar, como normalmente faz comigo (e se você é qualquer coisa parecida comigo, e eu sei que é, recomendo fortemente que evite a ansiedade). Se você riscar um item por vez da sua lista, quando menos perceber vai estar livre pra encontrar um novo ponto de equilíbrio.

    Você não precisa dar conta de tudo ao mesmo tempo e perfeitamente, tá tudo bem. "Just put one foot in front of the other, just get through the day".

    Amo você um tanto <3

    ResponderExcluir
  3. Dedê... primeiro tô aqui um abraço \__o__/ parece que tu ta precisando, segundo: parabéns pelo noivado! Fiquei muito feliz por ti mesmo! E terceiro te entendo mais do que muito bem porque essa sou eu desde que nasci, tirando algumas poucas coisas que terminei mais porque sabia que ia ser pior largar na metade - porque uma hora a gente tem voltar né? e sei o quão frustrante é isso, principalmente pra alguém que não tá acostumado, mas ó... o mundo gira tanto que até eu to mudando, com baby steps bem pequenos, mas já é um começo.

    Força tá? :3

    beijo!

    ResponderExcluir
  4. DD! <3333 Te entendo MUITO, guria. Quando parei pra perceber o tanto que tinha feito em janeiro eu fiquei até meio assustada, mas eu sou um trem que vive deixando coisas pela metade. Eu já perdi as contas que quantos processos comecei e larguei de lado porque não eram tão urgentes e eu preciso da minha chefe pra dar o aval. Ou quantas vezes abri dez abas de blogs pra mimar e simplesmente larguei de lado porque não achei que fosse dar conta. Ou quantas vezes comecei outra série invés de terminar a outra que já tinha começado.
    É uma merda, porque eu costumava ter controle de tudo e hoje em dia não tenho de nada.
    Ainda me enfiei nisso das news e não dou conta de ler e mimar todas e me sinto um LIXO.

    Ugh me.

    Mas força, miga. Vai dar tudo certo.

    Beijo!

    ResponderExcluir
  5. Amiga, nem preciso dizer que te entendo totalmente porque em algum ponto da minha vida eu virei esse mesmo caos ambulante - e não sei sair dele. Tive que rir porque TAMBÉM ESTOU com 1082081 abas abertas, sem poder fechar nenhuma porque NÃO TERMINO DE FAZER O QUE TENHO QUE FAZER EM CADA UMA DELAS. Como lidar com a gente mesma?
    E: VOCÊ VAI CASAR!!!!!!!11111111111
    Te amo <3

    ResponderExcluir
  6. Amiga, eu li esse texto e precisei rir um pouco pra não chorar, porque eu me sinto TÃO IGUAL. Tenho tentado me esforçar, começar a fazer as coisas e, principalmente, terminar cada uma delas, mas é tão difícil. O que aconteceu? Nesse momento tô aqui, com o computador no colo, duzentas abas abertas, não sei se mimo vocês, não sei se respondo e-mails, não sei se largo tudo e vou assistir um episódio de Friends (que larguei pela metade pra fazer alguma coisa que obviamente ainda não fiz). O que aconteceu? Não sei se é ansiedade, não sei se é motivo pra gente se preocupar, mas pelo menos não estamos sozinhas. Então, me abraça? Espero que as coisas melhorem em algum momento.

    Te amo (e qualquer coisa, tô aqui, sempre) <3

    ResponderExcluir
  7. Amiga do céu, não poderia me identificar mais com esse post. Mas sabe que, apesar de ficar enlouquecida de ansiedade e querendo bater minha cabeça na parede, acho esses momentos de caos extremamente necessários? Ter o controle de TUDO o tempo todo é de uma pressão absurda, cê não acha?
    Mas confesso que adoro quando eu finalmente consigo dar um check em todos os itens da TO-DO list ou fazer uma faxina enorme no meu quarto (coisa que fiz ontem, aliás). O resto a gente vai ajeitando conforme consegue.
    Estou feliz que a senhorita voltou <3 Quero receber news LOGO e também exijo mais posts por aqui.
    Te amo muito e sinto sua falta!
    P.S: MEU DEUS, VOCÊ VAI CASAR. MEU CORAÇÃO PULA SEMPRE QUE ME LEMBRO DISSO! AAAAAAAH <3

    ResponderExcluir